quarta-feira, 3 de outubro de 2007

COW PARADE RIO DE JANEIRO!!!

Hoje começa a Cow Parade na nossa cidade maravilhosa! E duas vaquinhas muito especiais vão compor o cenário carioca: uma delas chama-se GENTILEZA e vai ficar exposta na Gávea; a outra chama-se VEGANA DA NOITE e vai embelezar a paisagem já divina da Praia de Ipanema.
Já se foi o tempo das Primaveras silenciosas para os animais explorados pelo ser humano. O que estamos vivenciando agora é a Conspiração Aquariana, que nos revela um novo tempo marcado pela quebra do paradigma antropocêntrico.
PAZ PARA TODOS OS SERES

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Saudação à Primavera no Morro da Babilônia


Grafite dos Elefantinhos se espalham pelos muros cariocas!

A beleza e o bom gosto dos grafiteiros está modificando o cenário urbano, trazendo um astral alegre e bem-humorado. Estética nota dez neste grafite, porém os tapetinhos me lembram da exploração dos elefantes pelos marajás indianos e pelos circos. Salve o Rio que já aboliu o uso de animais em circo!
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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

PIQUENIQUE DA PRIMAVERA VEGETARIANA







22 DE SETEMBRO, A PARTIR DE 12HPARQUE LAGE - LAGUINHO
(PERGUNTE AOS GUARDAS MUNICIPAIS SOBRE O LOCAL DO PIQUENIQUE)




Vamos comemorar a chegada da Primavera com muita luz, flores, frutos e delícias veganas (comidinhas livres de crueldade, ou seja, de origem vegetal)! Quem preferir não se arriscar na cozinha pode levar sucos, limonada, frutas ou flores! Capuchinho é uma flor comestível e deliciosa, quem puder levar... :)

Importante: cada um deve levar sua toalha (ou canga), copo, prato e talher, além de um saquinho para recolher seu eventual lixo. NESTE MESMO DIA, 22 DE SETEMBRO, ÀS 15H, FAREMOS UMA REUNIÃO SOBRE O DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS ANIMAIS.

PAZ PARA TODOS OS SERES!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

BIOÉTICA

Engano científico
Laerte Levai, Thales Tréz e Sheila Moura

Pesquisadores brasileiros, com a afirmação de que o uso de animais é imprescindível para a produção de novas substâncias, medicamentos e técnicas de pesquisa, parecem desacreditar na capacidade da ciência em vencer novos desafios.
O argumento cientificista parece fazer uma leitura conveniente e parcial da história, defendendo equivocadamente que os resultados da experimentação animal são confiáveis ao homem. Por que nossos cientistas gabam-se do aumento do número de mestres e doutores aqui formados a cada ano, enquanto omitem que o governo paga R$ 3.300 mensais para mantê-los no país? Em termos de estatísticas da chamada produção científica, vale dizer, não se deve confundir qualidade com quantidade. É um engano acreditar que a experimentação em animais tem resultados mágicos (fruto de um pensamento científico canônico) e que pode salvar vidas. Ademais, da forma como vem sendo realizada na maioria dos laboratórios, centros de pesquisa ou estabelecimentos de ensino, a experimentação animal é uma atividade imersa na ideologia científica dominante (sem compromisso com novos valores emergentes), na qual os animais — tidos como objetos de estudo ou peças descartáveis — são tratados como se fossem criaturas eticamente neutras. Quanto ao PL 1.154195 (do então deputado Sérgio Arouca), que tramita há 12 anos em Brasília, seu texto é retrógrado e não tem o apoio das sociedades de proteção animal, tampouco da sociedade civil. Já o PL paralelo apresentado em 2003 pela deputada Iara Bernardi e injustamente rejeitado pela Comissão de Constituição e Justiça, tratava da experimentação animal de maneira bem superior, priorizando o uso de recursos substitutivos, garantindo a objeção de consciência e, ainda, vedando os experimentos repetidos cujos resultados são conhecidos do cientista. Eventual aprovação do PL de Sérgio Arouca não seria um passo derradeiro, nem sequer um avanço para a ciência. Basta lembrar que o legislador ambiental tornou crime a experimentação didático-científica em animais, quando não aplicados os recursos substitutivos existentes. Esta restrição legal contraria interesses econômicos movimentados pelas poderosas indústrias médica, cosmética e farmacêutica, além de causar preocupação àqueles que utilizam animais em pesquisas. O que falta aos pesquisadores brasileiros, porém, é a ousadia de olhar para a frente, acreditar que é possível conciliar ética à atividade científica.

Fonte: Opinião - O Globo 10 de setembro de 2007

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

GLOBO REPORTER - MAKING OF

UM PROGRAMA SOBRE GENTE

http://globoreporter.globo.com/TVGlobo/CMA_Generico_Producao/tvg_repfoto_imagem_classe/0,9310,623495_3,00.jpg


Por Marcelo Canellas

A equipe estava sem fome, era cedo, bem antes de meio-dia. Mas tínhamos de almoçar ali mesmo, num restaurante às margens da rodovia que liga São Paulo a Cotia, porque nosso compromisso no Rancho dos Gnomos, onde conheceríamos um santuário de grandes felinos africanos, seria por volta das 13h. O garçom não conteve a curiosidade: "Vocês são do Globo Repórter? E é sobre gente ou sobre bicho?".
Meu primeiro ímpeto foi dizer que “animais abandonados” era o tema do nosso programa. Mas a pergunta do garçom foi como um sopro de lucidez entrando numa frincha da percepção, elucidando o que estava inteiramente oculto. Então respondi, convicto: "É sobre gente, amigo. É sobre a natureza humana".
À medida que fomos filmando pássaros com asas amputadas, leões com garras arrancadas, chimpanzés com presas serradas e todo tipo de seqüelas da violência contra os animais, fui me convencendo de que eu estava certo. Estávamos fazendo uma reportagem sobre o quanto as pessoas, ao odiarem uma outra forma de vida, podem negar sua própria humanidade. E também sobre como podem honrá-la ao amar os animais.
No longínquo ano de 1206, em pleno vigor do espírito feudal que punha suseranos e vassalos em esferas incompatíveis de convivência, um certo Francisco de Assis abandonou os castelos que freqüentava, desfez-se de suas posses, despiu-se até mesmo de suas vestes e foi viver entre os pobres. Poeticamente, chamava o sol de irmão e a lua de irmã. E dizia que nada define melhor a condição humana do que a capacidade de amar os bichos. Não é preciso ser religioso ou acreditar em São Francisco de Assis para saber, mesmo 801 anos depois, que o que nos torna diferentes, o que nos torna especiais, o que nos torna magnânimos em comparação com as outras formas de vida, é a nossa capacidade de amar.
Homens e mulheres têm de sobra as ferramentas do afeto, forjadas na cultura e na vida em sociedade. A tolerância, a generosidade, a idéia de que temos um futuro comum neste planeta são princípios universais conquistados pela Humanidade em sua dura luta contra a barbárie. Não gostamos da solidão, não queremos a dor, não toleramos a humilhação. Se somos egoístas, se ferimos e matamos, se submetemos nossos semelhantes ao vexame da miséria e da pobreza, estamos em desacordo com o esforço civilizacional da convivência. Civilizado convive, respeita, tolera. Os bárbaros subjugam. Tanto faz se os subjugados são gente ou bicho.
Vimos leões entrevados pelo confinamento, chimpanzés esquizofrênicos e atormentados por anos de espancamento, araras cegas, onças mutiladas e todo tipo de sofrimento e privações. Parece a vitória da barbárie. Não é. Porque vimos também extraordinários exemplos de generosidade e dedicação. A grandeza de saber amar e proteger seres vivos que, como nós humanos, também sentem frio, dor e medo, ajuda a recuperar a humanidade que ainda há em cada um de nós. Basta ver o que o Rancho dos Gnomos fez com o leão Will. Abandonado por um circo e tendo vivido a vida inteira trancafiado, Will pôde, aos 13 anos de idade, pisar na terra pela primeira vez. Esfregando as patas na grama, no húmus, na energia mineral da natureza, livre da superfície inócua do chão da jaula, Will nos enche de ternura, nos entope de compaixão e, portanto, nos ajuda a salvar um pouco da humanidade que tínhamos perdido.
http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,TOK0-2706-18190-5-0,00.html